Assista na Netflix: Álbum de Família (August: Osage County)


Em uma reunião de família promovida por de um enterro, vemos várias subtramas serem desenvolvidas em volta de três irmãs e sua mãe através de diálogos pesados e interpretações fantásticas executadas por um elenco fortíssimo.
O fator determinante para você apreciar a trama será seu gosto pelo drama familiar e por filmes sustentados apenas por diálogos. Para aqueles que necessitam de pelo menos algum alívio cômico, ação controlada ou mínimas jogadas de câmera diferentes, passem longe desse longa.
Aos que se enquadrem nos fatores que listei, irão ficar muito satisfeitos. O filme consegue prender muito bem a sua atenção por meio dos choques entre os personagens e pelas intrigas que são desenvolvidas aos poucos.
O elenco é excelente, ninguém está avulso no filme. Todos possuem sua subtrama e uma cena em que se sobressai tendo o seu pequeno discurso ou descarrego de emoções, e claro, dando destaque para as indicadas ao Oscar de 2014, Maryl Streep e Julia Roberts.
"Álbum de Família" é baseado em uma peça extremamente premiada e é bem visível que esse roteiro saiu de um teatro por causa da artificialidade de certos personagens e a ausência da direção quanto a dinamismo de câmera e enquadramentos diferentes.
Apesar de ter uma direção pouco presente e um final esticado, é um excelente drama e indispensável para os fãs do gênero, recomendo fortemente que assistam.

Crítica: A Lenda de Tarzan (The Legend of Tarzan)


A trama começa oito anos depois da saída de Tarzan da selva para Londres, onde o mesmo se encontra sendo uma quase celebridade e seguindo um ramo aristocrata. Por meio de circunstâncias ele precisa retornar para a África e impedir certos planos envolvendo escravidão e exploração.
Até o começo do filme eu tinha em mente que o roteiro seguiria parecido com o que fizeram no remake de Mogli, recriar uma história de origem usando a tecnologia atual. Diferente disso, o diretor David Yates preferiu aumentar a relevância dessa conhecida história trazendo fatores mais complexos e com interesses diplomáticos, sempre com flashbacks do passado do protagonista.
Realmente funcionou, é bem interessante ver os reflexos que crescer na selva fizeram com o Tarzan, o trabalho de vê-lo com uma lenda é bem imponente, os flashbacks são bastante eficientes e o retorno dele para suas raízes é muito energético, principalmente nas cenas de ação. Uma pena serem esses os únicos valores de entretenimento dentre 1h50min.
O roteiro e o tom são meio bagunçados, há uma variância desconfortável entre cenas dramáticas e cômicas, cenas de ação que ou são bem editadas ou muito picotadas, cafonices com o vilão e etc.
O antagonismo de Christoph Waltz é ridiculamente genérico e por consequência do roteiro, sua ameaça passa a parecer teórica. O péssimo trabalho com o vilão é tanto que não há como temer pela segurança de Jane (interpretada por Margot Robbie), que apesar do filme se esforçar para caracterizar a personagem, aos olhos do público ela é apenas uma donzela a ser salva.
Fora isso, também tem o mediano trabalho do ator Alexander Skarsgard como Tarzan e a participação de Sam. L. Jackson, que mesmo que sendo um funcional alívio cômico, enfatiza que o tom do filme não foi bem dosado.
A Lenda de Tarzan se vende por suas cenas de ação e por um começo promissor com o seu protagonista. Não é um filme ruim, mas também não é um que se recomende com tanta convicção.

Assista na Neflix: Os Oito Odiados (The Hateful Eitght)


O oitavo filme de Quentin Tarantino possui todos os elementos que todo fã do diretor aprecia e esperava. Diálogos memoráveis, mistério, muita violência e jatos de sangue. A trama começa com Jon Ruth (Kurt Russell), um famoso caçador de recompensas levando sua prisioneira, Daisy Domergue (Jennifer Jason Leigh), para a forca na cidade de Red Rock.
Eis que uma nevasca atrapalha os planos de Ruth, então o mesmo segue para uma conhecida cabana dando carona para outros dois personagens. Chegando ao refúgio, a atmosfera de desconfiança amplia, fazendo o público criar suas próprias conclusões seguindo a paranoia de Jon e as análises do Major Marquis Warren (Sam. L. Jackson).
Nos primeiros dez minutos vemos a mágica dos roteiros desse diretor, foram precisas apenas uma carroça e quatro personagens para mostrar o quanto seus diálogos se diferenciam de tantos outros.
Em questões interpretativas podemos resumir em uma palavra: brilhante! Dando destaque para a brutalidade de Kurt Russell, ao quase alívio cômico de Walton Goddins como Xerife Chris Mannix, a loucura de Jennifer Jason e ao grande trabalho de Samuel L. Jackson, que por sua vez nos traz um monólogo tão marcante quanto ao seu em Pulp Ficction.
Em termos estéticos é um filme muito bonito, com figurino e ambientação impecáveis e uma trilha sonora engajante. O frio é um elemento muito importante no roteiro e acaba sendo bem representado não só com a neve mas também com excelentes enquadramentos de câmera e o uso da luz mostrando o vapor do café e o ar exalado dos personagens.
Filtrando os pontos negativos, achei o final meio apressado em relação com o ritmo que estava indo até então. Fiquei até surpreso e um pouco decepcionado ao ver o caminho seguido para desvendar todo o mistério, mas nada que comprometa sua experiência.
Mesmo tendo 3h 07m, a qualidade dos diálogos faz com que sua duração não pese a qualidade do mais novo filme "Tarantinêsco" do mercado.