TRUE STORY (VERDADEIRA HISTÓRIA)


Michael Finkel é um jornalista que escreve para o New York Times, e depois de publicar uma entrevista com uma realidade um pouco destorcida, é demitido e agora luta para salvar sua carreira. Eis que Christian Longo, um homem suspeito de ter matado sua própria família, quando está prestes a ser preso, alega se chamar Michael Finkel, e então, o verdadeiro jornalista é chamado para explicar o ocorrido.
Jonah Hill é um grande ator, que já mostrou que sabe trabalhar com comédia e drama muito bem, e aqui não é diferente, não digo que ele esteja excelente, mas pode-se afirmar que é o melhor do filme. O seu personagem é bastante ambicioso e enxerga em Chris uma chance para se reerguer ao escrever um livro sobre o potencial assassino, mas a atuação do ator acaba ficando afeta por mérito do roteiro, pois pouco é revelado sobre o jornalista e quase não há desenvolvimento de personagem, limitando o trabalho do artista.
James Franco interpreta Chris, e faz um bom trabalho, mas ele continua com a mesma expressão o filme todo, mas isso acaba não sendo um problema para o lugar e a situação onde ele se encontra. O ator só muda de expressão quando lhe fazem uma pergunta mais ousada, e ele faz uma cara de desdém e abuso muito boa, mas fica apenas nisso.
Chris Longo é misterioso e seu passado foi complicado, e ele consegue brincar com o emocional do público, uma hora estamos ao lado dele e na outra não, e a sua expressão monotônica ajuda bastante para que haja essas indecisões.
Felicity Jones interpreta a mulher de Finkel, que não tem nada para acrescentar na trama, e os dois nem parecem um casal de verdade. Ela possui uma insegurança sobre essa amizade que se desenvolve entre o jornalista e o seu entrevistado, mas não fica bem explicada a razão disso, e é apenas isso que ela faz, é ficar preocupada desnecessariamente.
A direção é boa, ocasionalmente há cenas em que, lentamente, a câmera vai se enquadrando no personagem ou em um objeto. Quero dar destaque para uma cena muito boa, que também mostra mais uma vez o talento da direção, em que a música do piano se envolve com as teclas de um computador, para representar uma passagem de tempo em que Finkel está escrevendo o seu livro.
O filme possui ideias que parecem meio jogadas, como Chris querer aprender a escrever e eles escreverem de forma, estranhamente parecida. Como um todo, é um jornalista que escreve sobre a vida de um criminoso, e perto do final ele se limita a sentar e assistir ao julgamento do júri e do juiz, e tudo isso se esticou uns meses por que o réu alegou ser outra pessoa por um dia, e não dá para entender se o filme quer mostrar que os dois são iguais, ou quer mostrar a amizade que nasce entre eles, ou fazer uma reflexão sobre verdades e mentiras, e etc.
"True Story" é um drama com interpretações boas, uma direção e fotografia que se destacam e uma história que começa interessante, mas acaba ficando chato, com ideias desperdiçadas, um final previsível e a mensagem que deveria ser passada fica confusa. 

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