A trama começa oito
anos depois da saída de Tarzan da selva para Londres, onde o mesmo se encontra
sendo uma quase celebridade e seguindo um ramo aristocrata. Por meio de
circunstâncias ele precisa retornar para a África e impedir certos planos
envolvendo escravidão e exploração.
Até o começo do filme
eu tinha em mente que o roteiro seguiria parecido com o que fizeram no remake
de Mogli, recriar uma história de origem usando a tecnologia atual. Diferente
disso, o diretor David Yates preferiu aumentar a relevância dessa conhecida história
trazendo fatores mais complexos e com interesses diplomáticos, sempre com
flashbacks do passado do protagonista.
Realmente funcionou,
é bem interessante ver os reflexos que crescer na selva fizeram com o Tarzan, o
trabalho de vê-lo com uma lenda é bem imponente, os flashbacks são bastante
eficientes e o retorno dele para suas raízes é muito energético, principalmente
nas cenas de ação. Uma pena serem esses os únicos valores de entretenimento
dentre 1h50min.
O roteiro e o tom são
meio bagunçados, há uma variância desconfortável entre cenas dramáticas e
cômicas, cenas de ação que ou são bem editadas ou muito picotadas, cafonices
com o vilão e etc.
O antagonismo de
Christoph Waltz é ridiculamente genérico e por consequência do roteiro, sua ameaça
passa a parecer teórica. O péssimo trabalho com o vilão é tanto que não há como
temer pela segurança de Jane (interpretada por Margot Robbie), que apesar do
filme se esforçar para caracterizar a personagem, aos olhos do público ela é
apenas uma donzela a ser salva.
Fora isso, também tem
o mediano trabalho do ator Alexander Skarsgard como Tarzan e a participação de
Sam. L. Jackson, que mesmo que sendo um funcional alívio cômico, enfatiza que o
tom do filme não foi bem dosado.
A Lenda de Tarzan se
vende por suas cenas de ação e por um começo promissor com o seu protagonista.
Não é um filme ruim, mas também não é um que se recomende com tanta convicção.
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