Crítica - Rua Cloverfield 10 (10 Cloverfield Lane)


Ao sofrer um acidente de carro, Michelle acorda presa no abrigo subterrâneo de Howard que lhe conta sobre o ataque nuclear que a Terra sofreu deixando o ar está contaminado.
Os fatores que deverão ser levados em conta para saber se você irá gostar do filme é o seu gosto por suspense, mistério e de conseguir relevar a narrativa meio lenta. Os amantes de explosões e tiros irão morrer de tédio nessa uma hora e quarenta e cinco minutos.
O diretor Dan Trachtenberg soube deixar o seu público tenso e apreensivo pela segurança da protagonista e fazê-los imaginar um milhão de explicações para o que está realmente acontecendo.
O elenco é muito bom, temos Mary Elizabeth Winstead (Michelle), John Goodman (Haword Stambler) e John Gallagher Jr (Emmet). 
Michelle funciona muito bem como protagonista e sua força e inteligência fazem o filme ir para frente. Do outro lado temos Howard, o personagem com mais camadas, muito misterioso que mesmo tendo uma visível raiva comprimida, possui uma personalidade zelosa e encara a atual situação de uma forma mais conformada. Fechando, temos Emmet, que tem características de um alívio cômico que ajuda na dinâmica dos personagens e aumenta o segredo e a tensão do filme.
Até o terceiro ato, eu estava adorando o filme. A forma com que o diretor manipula o espectador é constante, há um censo de humor muito bem dosado para o suspense impregnado na trama e a relação dos três é bem interessante, tanto nas cenas de ternura quanto nas mais energéticas.
O que pode afetar drasticamente o gosto do público pelo filme é o final. Extremamente fora do tom que havia sido criado e simplesmente destrói todo o mistério que foi levado de maneira sutil durante os dois primeiros atos.
Apesar do terceiro ato desconexo, Rua Cloverfield 10 não deve ser deixado de lado pelos amantes de suspense.

Crítica - Invocação do Mal 2 (The Conjurin 2)


Anos após os acontecimentos do primeiro filme, o casal Ed e Lourraine Warren é chamado para ajudar uma família no verídico caso "Poltergeist de Enfield" ou "Amitville da Inglaterra".
A direção é de James Wan, o mesmo diretor do primeiro filme, e de novo nos mostra que sabe muito bem trabalhar com o gênero de terror. Ele nos traz cenas que pegam de surpresa até mesmo os mais acostumados com esse tipo de filme, com jogos de câmera muito eficazes e criando uma atmosfera bastante assustadora que é perfeitamente equilibrada com cenas de ternura entre o casal principal e a família atormentada, ajudando no desenvolvimento dos personagens.
Os Warrens, interpretados por Vera Farmiga e Patrick Wilson, nesse filme possuem um maior espaço para desenvolver sua relação, enfatizando o passado do casal e nos mostrando a importância de um na vida do outro. Ambos os personagens estão excelentes acompanhados por interpretações à altura fazendo com que o espectador torça pela felicidade dos dois até o final.
Gostaria de realçar uma cena muito boa envolvendo um violão, aliás, lembra bastante outra cena do primeiro filme, em que os dois se mostram não só interessados em derrotar a entidade, mas sim em ajudar a família.
A família é composta por uma mãe divorciada e seus quatro filhos, todos cumprem seu papel e ninguém é desperdiçado, com exceção da filha do meio, Janet Hodgson, interpretada por Madison Wolf, que tem um grande destaque. A atriz está bem comprometida com a personagem tendo uma gradual mudança estética, corporal e interpretativa excelente ao longo do filme e a relação construída entre ela e o casal Warren é muito bonita.
Também temos Simon McBurney interpretando Maurice Grosse, que na história real teve muito mais importância do que no filme (esse comentário não é bem uma crítica, apenas uma observação). O personagem tem uma empolgação quase cômica com o caso e o seu senso de esperança por provar a realidade do caso ajudam para que o personagem apenas mais um.
Não perca essa sequência, que na opinião de muitos é melhor do que o primeiro. Temos aqui um terror excelente sem cenas baratas para tentar assustar o seu público, ótimas interpretações, cenas bastante fieis à história real e outras não e uma jogada original no seu roteiro e em um segmento envolvendo uma "entrevista". Parece que James Wan está virando a mais nova referência do gênero.
Quem tiver mais interesse sobre o caso real, clique nesse link e veja o vídeo feito pelo canal AssombradO.

Crítica - Pai em Dose Dupla (Daddy's Home)


Brad, interpretado por Will Ferrell, é um padrasto que se esforça para ser um pai de família ideal para a sua mulher e seus dois enteados. Eis que Dusty, Mark Wahlberg, decide visitá-los e reconquistar sua família, criando conflito entre ele e Brad.
O diretor é Sean Anders, que também dirigiu filmes como "Quero Matar Meu Chefe 2" e "Esse é o Meu Garoto", e escreveu "Família do Bagulho (We're the Millers)", "A Ressaca" e "Debi e Loide 2". Avaliando ao todo, dá para dizer que ele quase chega aos status de ser "OK" em termos de comédia.
A dupla, Mark Wahlberg e Will Ferrell, estão adequados têm cenas muito boas juntos, entre os dois o que eu mais gostei foi o Mark, é engraçado, bastante dissimulado, fica brincando com a mente de Brad e é nele que vemos mais desenvolvimento de personagem.
Fora os dois, não há muitos destaques, tirando Thomas Haden Church (eterno Homem-Areia do filme “Homem-Aranha 3”), que interpreta Leo, chefe de Brad. Ele rouba a cena sempre que aparece.
Linda Cardelline está bem como a esposa de Ferrell, é pouco aproveitada, mas cumpre o papel de mãe.
A fórmula clichê de filmes que envolvem pais e filhos exige que o garoto apanhe dos colegas para que o pai ensine ele a lutar, e o diferencial foi ver uma mãe apoiar essa decisão. Tirando isso, os dois filhos do Dusty só servem para terem a atenção disputada pelos pais. 
Se você espera um filme que te faça rir de verdade, vai se decepcionar aqui. Lembra do “Os Estagiários”? Então, é parecido, você simpatiza com os dois atores principais, acha bacana a premissa, mas provavelmente só vai dar risada em uma ou duas cenas (provavelmente uma que envolve um jogo de basquete).
Nos segundos finais de filme tem uma participação especial muito legal, os entendedores de referência vão adorar.
Resumindo a ópera, Pai em Dose Dupla é um filme bacana, que não vai fazer o público gargalhar no cinema, mas consegue fechar com uma nota positiva e dá para dizer que é melhor do que alguns dos últimos trabalhos do diretor.